INFLAMAÇÃO   

O Fogo Que Queima por Dentro

A inflamação é uma reação natural do nosso corpo a agressões, como infeções, lesões ou irritações. É inicialmente um sinal de alerta, indicando que algo não está bem e que o sistema imunitário está a trabalhar para resolver o problema. Mas, assim como o fogo pode ser útil para aquecer ou cozinhar, ele também pode se tornar destrutivo se não for controlado.

Foto 1 – O poder da inflamação.

Quando a inflamação é útil? 

A inflamação para ser combatida necessita que o nosso organismo trabalhe um processo complexo que envolve várias células e moléculas do sistema imunitário, com o objetivo de eliminar a causa da inflamação e iniciar o processo de reparo dos tecidos danificados. Este sistema quando trabalha para enfrentar pequenas agressões torna-se útil para manter a imunidade ativa e com boa capacidade de resposta, ou seja, diferentes tipos de anticorpos ativos prontos para a guerra.

Numa resposta rápida e de curta duração.

Quando a inflamação se torna destrutiva? 

O perigo silencioso. 

Quando o sistema imunitário, o responsável por combater a inflamação fica tão sobrecarregado de trabalho pela sua continua resposta e prolongamento no tempo que a sua capacidade de resolução vai diminuindo, danificando-se assim, os tecidos saudáveis ao longo do tempo e originando todo o tipo de doenças.  

Chamamos a este processo de inflamação crônica: um perigo silencioso, que se instala quando persistimos com a inflamação aguda no organismo.

A inflamação crônica está associada a todo tipo doenças.

É de salientar, também o grave prejuízo para o organismo quando insistimos no processo inflamatório. Ao fazermos isto em continuo, deixa de ser somente os agentes externos a originar inflamação, mas o próprio corpo que passa a sinalizar os genes responsáveis pela produção de agentes mediadores inflamatórios endógenos, como citocinas e outros, originando, o processo de doenças autoimunes e câncer.  

Doenças autoimunes: Todas as doenças autoimunes, Lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla.

Câncer: Todos os tipos de câncer têm origem em processos inflamatórios crônicos.

Todas as doenças crónicas: Aterosclerose, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, hipertensão arterial. Diabetes. Doenças pulmonares, renais, digestivas, dos órgãos reprodutores, neurológicas e degenerativas.

Exemplos:

Rinite: Inflamação da mucosa nasal.

Bronquite: Inflamação dos brônquios.

Sinusite: Inflamação dos seios da face.

Neuralgia do trigémeo: Inflamação do nervo trigémeo.

Artrites: Inflamação das articulações (artrite reumatoide, osteoartrite).

Apendicite: Inflamação do apêndice.

Meningite: Inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.

Gastrite: Inflamação do estômago.

Colite: Inflamação do intestino grosso.

Tendinite: Inflamação dos tendões.

Miosites: Inflamações dos músculos.

Úlceras: Inflamação das mucosas.

Diabetes: Inflamação que leva a resistência à insulina e à falta de capacidade de produção da mesma pelo pâncreas.

Doenças virais, por falta de capacidade do sistema imunitário:  

Gripes, resfriados, herpes, varicela, sarampo, hepatites, Covid-19, HPV, Zika, dengue, caxumba, rubéola, HIV.

Doenças fúngicas:

Micoses superficiais: Afetam a pele, cabelo e unhas.  

Pareceria versicolor: manchas descoloridas na pele.

Tinha, Pé de atleta, Candidíase.

Micoses subcutâneas: Esporotricose, Cromoblastomicose, (Infeção crônica da pele).

Micoses sistêmicas: Histoplasmose, Coccidioidomicose

Os dois principais processos que lhe dão origem:

Infeções: Bactérias, vírus e fungos podem desencadear uma resposta inflamatória para combater a invasão.

Lesões: Cortes, queimaduras e outras lesões teciduais provocam inflamação para iniciar o processo de cicatrização.

Como acontece?

Inicialmente, todo o agente infecioso é de origem externa, de atuação direta ou indireta.  

Atuação indireta: É a mais comum, porque evitá-la implica conhecimento de causa que proporcione uma serie de cuidados e atenção. Dá-se através da ingestão, respiração, contacto. Injeção, implantação e mucosas.  

Atuação direta: Contágio, aplicação, ingestão e respiração, manuseio. Lesões, corte e pressão. Queimadura.

Quando sofremos algum tipo de lesão ou o nosso corpo é invadido por algum agente infecioso, como bactérias ou vírus, nosso sistema imunológico entra em ação. Ele envia células de defesa para a região afetada, que liberam substâncias químicas para combater a agressão e iniciar o processo de reparação.

Sinais visíveis da inflamação:

Vermelhidão: Devido ao aumento do fluxo sanguíneo na área inflamada.

Inchaço: Acúmulo de líquido nos tecidos.

Calor: Aumento da temperatura local. E geral.

Dor: Causada pela liberação de substâncias químicas que sensibilizam as terminações nervosas.

Perda de função: A inflamação pode limitar a mobilidade da área afetada.

Como controlar a inflamação?

Alimentação: Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, tubérculos, azeites, pode ajudar a reduzir a inflamação.

Exercícios físicos: A atividade física na hora certa, regular e equilibrada contribui para a redução da inflamação e melhora a saúde em geral.

Gerenciamento do estresse: O estresse crônico produz e aumenta a inflamação.  

Sono: O sono incorreto aumenta os marcadores inflamatórios no corpo.

Hidratação: Beber bastante água nas horas certas ajuda a eliminar toxinas do corpo e a reduzir a inflamação.

Desenvolvimento de terapias personalizadas: A identificação de biomarcadores inflamatórios permite a personalização do tratamento para cada paciente.

Tratamento das doenças virais

Não existe um medicamento específico para tratar as infeções virais. O tratamento é focado em aliviar os sintomas e fortalecer o sistema imunitário, permitindo que o corpo combata a infeção.

Conclusão

A inflamação é um processo natural do nosso corpo, mas quando se torna crônica, pode causar diversos problemas de saúde. Ao adotar um estilo de vida saudável, podemos ajudar a controlar a inflamação e prevenir doenças.

Devido a ser um processo complexo que envolve diversas vias de sinalização, mediadores químicos e células. A compreensão dessas vias é fundamental para o desenvolvimento de terapias de prevenção e combate à inflamação, bem como para o tratamento das doenças.